Notícias

Como testar o motor de partida corretamente?

O motor de partida é um componente essencial no sistema de partida do veículo, responsável por transformar a energia elétrica da bateria em energia mecânica, garantindo o giro inicial do motor de combustão interna

Quando ele apresenta falhas, o veículo não liga ou apresenta dificuldades na partida.

Para evitar substituições desnecessárias e garantir um diagnóstico preciso, é fundamental testar o motor de partida corretamente. Neste texto, explicaremos os procedimentos técnicos necessários para avaliar seu funcionamento, abrangendo verificações elétricas, mecânicas e funcionais.

Identificação de sintomas:

Antes de iniciar os testes, é essencial reconhecer os indícios mais comuns de falha no motor de partida:

· Ausência de resposta ao acionamento da chave de ignição (sem rotação ou apenas “clique”).

· Ruídos anormais, como rangidos, chiados ou sons metálicos durante a partida.

· Rotação lenta ou intermitente, mesmo com a bateria em condições adequadas.

· Sinais de superaquecimento, como odor de isolante queimado ou fumaça.

Verificação do sistema elétrico:

Antes de atribuir a falha ao motor de partida, é imperativo confirmar a integridade da bateria e dos circuitos associados:

· Medição da Tensão da Bateria

o Utilizar um multímetro digital configurado em DC Volts (configurado em escala 20V).

o A tensão em repouso (sem carga) deve ser ≥12,6V. Valores inferiores a 11,8V indicam descarga excessiva ou defeito na bateria.

Inspeção dos Terminais e Cabos:

Verificar corrosão, folga ou oxidação nos terminais da bateria e conexões do motor de partida.

Assegurar que os cabos de alimentação (positivo e negativo) apresentem uma resistência mínima (<0,5Ω). Teste de Acionamento Direto (Bypass do Relé) · Engatar o freio de estacionamento e colocar a transmissão em ponto neutro (ou Park, em automáticos). Realizar um bypass no circuito de controle: · Conectar um cabo jumper entre o terminal positivo da bateria e o terminal de acionamento do solenoide (S). · Se o motor girar, a falha está no circuito de comando (relé, chave ignição ou fiação). · Se não houver resposta, prosseguir com testes adicionais. Medição de Corrente de Partida

· Conectar um amperímetro de gancho no cabo principal de alimentação do motor de partida.

· Acionar a partida e registrar a corrente:

· Faixa normal: 80A a 200A (varia conforme motor e cilindrada).

· Corrente excessiva (>250A): Indica resistência mecânica interna (buchas, rolamentos ou engrenagens danificadas).

· Corrente ausente ou muito baixa: Sugere falha no solenoide, circuito aberto ou defeito nas escovas

Teste em Bancada

· Caso o motor não apresente funcionamento satisfatório no veículo, recomenda-se sua remoção para análise mais detalhada:

Fixação do Motor em Bancada:

· Utilizar um suporte adequado para evitar movimentação durante o teste.

Alimentação Direta:

· Conectar o terminal positivo (B+) da bateria ao borne principal do motor.

· Aterrar o corpo do motor ao negativo da bateria.

· Aplicar 12V diretamente no terminal de acionamento (S) para simular o comando

Interpretação dos Resultados:

· Funcionamento normal: Rotação rápida e uniforme, sem ruídos anormais.

· Solenoide opera, mas o motor não gira: Defeito nas escovas, comutador ou induzido.

· Rotação lenta ou superaquecimento: Possível curto-circuito interno ou desgaste mecânico.

Inspeção Mecânica e Elétrica Interna

Se o motor apresentar falhas nos testes anteriores, deve-se proceder com a desmontagem para avaliação dos componentes críticos:

Escovas e Comutador:

Verificar desgaste das escovas

O comutador deve estar livre de carbonização, ranhuras ou desníveis.

Induzido:

Testar continuidade (0,2Ω a 1,5Ω entre segmentos) e isolação (∞Ω em relação ao núcleo).

Solenoide e Engrenagem de Bendix:

Confirmar o acionamento do pinhão e retorno adequado.

Verificar desgaste nos dentes e lubrificação do mecanismo.

Concluindo, diagnóstico preciso do motor de partida requer uma abordagem sistemática, iniciando pela verificação da alimentação elétrica, seguida de testes funcionais e, se necessário, análise interna. A utilização de instrumentos de medição adequados, como multímetros e amperímetros, é essencial para evitar conclusões equivocadas.

Em casos de defeitos elétricos (escovas, comutador ou solenoide), a reparação pode ser viável. Contudo, danos mecânicos severos (buchas, induzido ou engrenagens) geralmente demandam substituição do conjunto.

Fonte: Oficina Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *